O isolamento, a inflexibilidade e o Eremita no Tarô
- Mariana Steiner
- há 4 dias
- 2 min de leitura
Uma reflexão sobre como o Eremita no Tarô inspira a busca interior, mas também alerta para o risco do isolamento e da inflexibilidade.
Recentemente, percebi que um dos meus vídeos mais assistidos no TikTok de Tarô é sobre o Eremita. Nele, simplesmente falo sobre a carta, e foi interessante ver quantas pessoas comentaram que estavam se identificando profundamente com essa energia.

Isso me fez refletir: será que estamos escolhendo, cada vez mais, a busca por isolamento, como faz o Eremita?
Talvez mais do que nunca, muitas pessoas estejam buscando a solidão como um espaço seguro. Um abrigo contra as pressões do mundo, contra as relações que exigem mais do que podemos oferecer. Assim como o Eremita sobe a montanha para encontrar sua própria luz, hoje também existe essa vontade de se afastar para reencontrar um pouco de paz.

Quando a sabedoria se fecha: o desafio do Eremita
Mas essa reflexão me levou a pensar acerca de um significado mais desafiador do arcano do ancião: a inflexibilidade.
No cotidiano, nas relações de trabalho e convivência, tenho visto com frequência situações onde a dificuldade não está apenas no outro, mas na nossa própria resistência em sair de dentro do nosso mundo (da montanha onde o Eremita encontra-se isolado).
O Eremita carrega sabedoria, mas, quando se fecha demais, pode endurecer. Pode perder a capacidade de dialogar, de construir pontes, de aceitar que outros caminhos também têm valor. Sua lanterna, que poderia iluminar para além de si mesmo, passa a reforçar apenas suas próprias certezas.
Quantas vezes, em nome da nossa "verdade", deixamos de ouvir a verdade do outro? Quantas relações viram campos de silêncio, onde cada um defende, em silêncio, o próprio território?

A coragem de descer da montanha
Talvez o verdadeiro desafio esteja em aprender a voltar. Em lembrar que, embora a solidão seja um espaço de harmonia e equilibrio, a vida acontece no encontro.
Manter a própria luz sem apagar a do outro. Defender a própria voz sem esquecer que há muitas outras vozes no mundo.
Assim, o Eremita pode continuar sendo um guia — não aquele que se isola para sempre, mas o que aprende que a verdadeira sabedoria também pede escuta, flexibilidade e reconexão.
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